Vaias a Netanyahu marcam evento em Tel Aviv e expõem tensão política em Israel
Enviado dos EUA é interrompido por vaias ao citar Netanyahu Milhares de pessoas vaiaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante um evento ne...

Enviado dos EUA é interrompido por vaias ao citar Netanyahu Milhares de pessoas vaiaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante um evento neste sábado (11) na Praça dos Reféns, em Tel Aviv. As manifestações ocorreram enquanto o enviado dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Steve Witkoff, fazia um discurso diante de uma plateia lotada que agitava bandeiras americanas. O público respondeu com entusiasmo toda vez que Witkoff mencionava o presidente dos EUA, Donald Trump. Mas, ao citar Netanyahu, a multidão reagiu, interrompendo o discurso. “Pessoal, deixem-me terminar este pensamento [...] acreditem, ele foi uma parte muito importante aqui”, pediu o norte-americano, tentando defender o premiê israelense. Israel aceitou um plano de trégua proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e em 10 de outubro retirou suas tropas de várias áreas da Faixa de Gaza, dando início a um cronograma de 72 horas para a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas. Foto por JACK GUEZ / AFP Ivanka Trump e Jared Kushner, respectivamente, filha e genro do presidente norte-americano, estavam no local. No evento, multidão solicitava que Trump recebesse o Nobel da Paz. Pessoas comemoram o acordo de cessar-fogo alcançado em Gaza enquanto se reúnem na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, Israel, em 11 de outubro de 2025. Foto por JACK GUEZ / AFP As vaias refletem o crescente descontentamento de parte da população israelense com Netanyahu. Críticos o acusam de prolongar a guerra na Faixa de Gaza, de evitar assumir responsabilidades pelas falhas de segurança que permitiram os ataques de 7 de outubro de 2023 e de dificultar as negociações pela libertação dos reféns. A reação do público provocou respostas imediatas de aliados do premiê. O vice-primeiro-ministro e ministro da Justiça, Yariv Levin, classificou as vaias como “uma grande vergonha”. “As vozes que se ouviram esta noite em Tel Aviv, durante o discurso do enviado do presidente Trump, Steve Witkoff, em agradecimento ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foram de grande vergonha. Era um momento que deveria expressar apenas gratidão profunda. O governo Netanyahu tirou o Estado de Israel de um dos períodos mais difíceis que já enfrentou e o trouxe a conquistas históricas nos últimos dois anos.”, afirmou Levin. Os mesmos que hoje vaiaram o nome de Netanyahu são aqueles que se beneficiaram de sua liderança, da vitória de Israel e da tranquilidade israelense — e não é coincidência que muitos dos que vaiaram naquela praça sejam os mesmos que exigiram concessões perigosas durante os anos anteriores. Reprodução Redes/Instagram @mkyariv_levin "Estive ao lado do primeiro-ministro durante as horas mais difíceis", contou o ministro. "Primeiro-ministro Netanyahu, a maioria absoluta dos cidadãos de Israel valoriza sua dedicação e também lhe agradece por esta noite". O protesto ocorre em um momento de forte tensão política em Israel, com manifestações frequentes contra o governo e pressões internacionais. Libertação de reféns Famílias israelenses aguardam pela volta dos reféns sequestrados pelo grupo terrorista Hamas há dois anos e que devem ser finalmente libertados nas próximas horas. Ao todo, 48 pessoas seguem em poder do grupo, sendo que 20 estão vivas. Pelo acordo de paz aprovado na quarta-feira (8), o Hamas tem até 72 horas, a partir do início do cessar-fogo, para libertar todos os reféns. O prazo termina às 6h de segunda-feira (13), pelo horário de Brasília. Milhares de palestinos começam a voltar para casa, na Faixa de Gaza, após cessar-fogo entre Israel e Hamas entrar em vigor Jornal Nacional/ Reprodução O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse acreditar que as vítimas retornarão a Israel na segunda-feira. Há, porém, a possibilidade de que os sobreviventes retornem ainda no fim de semana. Análise: os próximos passos de acordo de paz em Gaza